O TDAH é um transtorno caracterizado por um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento em diferentes áreas da vida. Os sintomas podem variar em intensidade e tipo, mas geralmente incluem:

• Desatenção: Dificuldade em manter o foco, distraibilidade, esquecimento e desorganização.
• Hiperatividade: Agitação, inquietação, dificuldade em ficar sentado e impulsividade.
• Impulsividade: Dificuldade em esperar a sua vez, interrupção de conversas e tomada de decisões precipitadas.

TDAH na vida adulta:

Muitas pessoas com TDAH não são diagnosticadas na infância e só procuram ajuda na vida adulta. Os sintomas podem se manifestar de forma diferente em adultos, como dificuldade em manter um emprego, problemas em relacionamentos e baixa autoestima.

Algumas características do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) podem ser percebidas em uma pessoa inquieta, desatenta, com dificuldade para iniciar tarefas rotineiras, chatas, ou que exijam muito esforço mental, pensamentos acelerados, entre outros. Mas diferente de pessoas não TDAH (os neuro típicos), essas características estão de certo modo em nível muito prejudicial, atrapalhando e trazendo sofrimentos no dia a dia dos estudos, em casa, nos relacionamentos, no trabalho, e trazendo baixa qualidade de vida.

O TDAH é um distúrbio neurobiológico reconhecido pela OMS (organização mundial de saúde) e suas causas estão atreladas a questões genéticas com alterações na região frontal do cérebro, que é a parte que inibe comportamentos e controla a atenção.

Em minha experiência clínica com pacientes TDAHs que não sabem que possuem esse diagnóstico, os relatos são variados, e descrevem que estes sintomas na verdade é uma falha na personalidade, ou se veem como uma pessoa que não se esforça o suficiente, que tem dificuldades para reconhecer os problemas, que não são bons em se adaptar no trabalho ou nos relacionamentos, que são muito esquecidos, que parecem não se importar com as necessidades dos outros, que só conseguiram algo na vida por conta de sorte, não conseguem terminar o que começam, que possui algum vício, que são desorganizados, que tem uma mente caótica, etc; como se fossem traços de personalidade, mas que na verdade é uma condição neuro anatômica.

Às vezes estes pacientes chegam no consultório online com queixas de: Problemas de relacionamento, baixa autoestima, problemas no cotidiano, ansiedade, depressão, que são na verdade comorbidades associadas ao TDAH. E por essas comorbidades percebo características, sinais e sintomas do TDAH e de uma forma muito cuidadosa, sugiro a verificação do diagnóstico. Essas comorbidades se confundem muito com o TDAH por apresentarem sinais e sintomas muito parecidos, mas quando investigamos e percebemos que algumas características existem desde a infância é possível perceber o TDAH. Outra complicação nestes casos, é o fato do portador de TDAH também estar em depressão, estar com algum transtorno associado à ansiedade por diversos motivos e fatores da vida, e principalmente por não terem tratado corretamente o TDAH desde a infância.

O diagnóstico do TDAH é feito por um profissional de saúde mental, geralmente um psiquiatra ou psicólogo, com base em uma avaliação completa que inclui:

• Histórico clínico: Uma entrevista detalhada com o paciente e seus familiares para coletar informações sobre o desenvolvimento da pessoa, desde a primeira infância.
• Observação do comportamento: O profissional observa o paciente em diferentes situações para avaliar seus sintomas.
• Escalas e questionários: São utilizados instrumentos padronizados para avaliar os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade.

Estes profissionais podem requisitar o exame neuropsicológico que é feito pelo neuropsicólogo. Este exame é complementar, trata-se de uma sequencia de verificações por meio de testes psicológicos que analisam áreas cerebrais acometidas, e pode diferenciar o TDAH de outros comprometimentos.

O tratamento pode envolver uso de medicamentos e terapia. No caso dos medicamentos é preciso traçar uma avaliação com o médico, pois nem todos os portadores se beneficiam dos mesmos medicamentos, e alguns remédios são mais indicados para cada situação, ainda mais quando o TDAH está associado a outros transtornos (comorbidades).

Para a terapia, a mais conhecida por sua evidência científica no tratamento do TDAH é a terapia cognitiva comportamental (TCC). Ela auxiliará no desenvolvimento de novos padrões de pensamentos e comportamentos, além da motivação e estabilidade emocional para a construção de uma vida mais saudável e satisfatória. São trabalhadas estruturas e estratégias comportamentais a fim de lidar melhor com os sintomas, pois a TCC possui uma característica mais técnica, estruturada e focada, alinhada às necessidades do paciente. Na terapia serão aprofundadas também questões como: baixa autoestima, autoconfiança, desempenho, autovalor, personalidade entre outros. A TCC também é indicada para tratamento das possíveis comorbidades: depressão, ansiedade, personalidade, conflitos, etc.

O TDAH se manifesta de forma diferente em cada pessoa, e nem todas possuem os mesmos sintomas e seu tratamento precisa ser individualizado, personalizado, mas o que não muda é o fato de que todas as pessoas portadoras de TDAH podem se beneficiar da terapia cognitiva comportamental por ser uma ferramenta poderosa de autoconhecimento. Compreender seus padrões de comportamento, reconhecer e remanejar de forma saudável suas emoções trará benefícios e estratégias para enfrentar os sintomas do TDAH e outras questões que impactam o seu bem estar.

O TDAH pode afetar os relacionamentos profissionais, amizades, amorosos e familiares. Em casos mais extremos, em que se apresenta hiperatividade e impulsividade, as pessoas ao redor podem não conseguir acompanhar o ritmo e fazer com que isso traga desconfortos nas relações. Nos casos em que a desatenção é mais marcante, o que gera sofrimento normalmente são esquecimentos de compromissos, datas, horários, afazeres, atrasos, fazendo com que hajam muitos conflitos nas relações.

Outras dificuldades:

• Os portadores de TDAH normalmente sentem que não estão vivendo todo o seu potencial, trazendo riscos para autoestima, fazendo com que se sintam incapazes e deslocados (as).
• Podem se perceber como um possível fardo para pessoas próximas, pois existe também problemas com desregulação emocional, muita das vezes de forma bastante intensa.
• No cotidiano, pessoas com TDAH também enfrentam dificuldades em diversas situações, por exemplo: manter a casa organizada.
• No trabalho podem haver grandes dificuldades em focar, gerir o tempo e cumprir prazos. E no caso de profissões que exijam ficar parado ou sentado por muito tempo, tendem a serem bastante desafiador para quem é mais hiperativo.
• Na vida acadêmica e laboral, não é incomum serem percebidas como alguém de baixa performance, que muda muito de área de interesse e emprego, e que tem dificuldades para se consolidarem na carreira.
• Pessoas com TDAH são indivíduos com maior dificuldade para priorizar tarefas e se manterem focados por muito tempo. Dessa forma, coisas aparentemente simples, como lavar a roupa se tornam tarefas complexas, pois a distração tende a dificultar o processo.
• Os esquecimentos e desatenção, portanto, são capazes de gerar pequenos inconvenientes no cotidiano de portadores do TDAH e, em alguns casos, até gerar conflitos com quem faz parte da rotina.
• Indivíduos com TDAH têm uma tendência maior a utilizar substâncias lícitas ou ilícitas. Acredita-se que, principalmente em não diagnosticados, o uso de substância seja muito utilizado como uma forma de automedicação, afinal, há drogas que auxiliam na concentração, sono, ansiedade, entre outros sintomas.

Desafios enfrentados por adultos com TDAH:

• Dificuldades acadêmicas e profissionais: Dificuldade em se concentrar, organizar o trabalho e cumprir prazos.
• Problemas de relacionamento: Dificuldade em manter relacionamentos estáveis devido à impulsividade, irritabilidade e dificuldade em se comunicar.
• Baixa autoestima: Sentimentos de inferioridade e inadequação.
• Comorbidades: O TDAH pode coexistir com outros transtornos mentais, como ansiedade e depressão.

Os benefícios da combinação da TCC com a terapia do esquema:

• Melhora da autoestima: Ao reconhecer e desafiar as crenças negativas sobre si mesmo, você desenvolverá uma visão mais positiva de si.
• Fortalecimento dos relacionamentos: Ao aprender a se comunicar de forma mais assertiva e a lidar com conflitos de forma mais saudável, você poderá construir relacionamentos mais satisfatórios.
• Aumento da resiliência: Você aprenderá a lidar com os desafios da vida de forma mais adaptativa, aumentando sua capacidade de superar obstáculos.

A terapia trás um acompanhamento contínuo e profundo que visa contribuir para que cada indivíduo conquiste aquilo que é importante para ter mais qualidade de vida e saúde mental. Antigamente se entendia que fazer terapia era somente para quem estava acometido por algum transtorno psicológico, ou uma psicopatologia. Nas percepções mais atuais, entende-se que a terapia é uma aliada na promoção da autodescoberta, no aprimoramento da resiliência, no melhor entendimento do mundo e das pessoas à nossa volta, no controle emocional, na melhora dos relacionamentos, na proteção da autoestima, e na melhora da produtividade, seja no trabalho ou na vida pessoal.

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Lembre-se: Você não está sozinho. Com o apoio certo, é possível aprender a lidar com os desafios do TDAH e alcançar seus objetivos.

Como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar?

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para o tratamento do TDAH. Através da TCC, você aprenderá a identificar e modificar os pensamentos e comportamentos que contribuem para os sintomas do TDAH, desenvolvendo estratégias para melhorar a atenção, a organização e o controle dos impulsos.

A Terapia do Esquema: um diferencial no tratamento

Ao combinar a TCC com a terapia do esquema, podemos aprofundar a compreensão das suas emoções e crenças mais profundas, muitas vezes relacionadas a experiências da infância. Essa abordagem permite identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que podem estar contribuindo para os sintomas do TDAH.

A terapia do esquema avalia 18 fatores importantes da personalidade, e junto com a terapia cognitivo comportamental desenvolvem formas interpretativas, e dispõem de mecanismos (técnicas) que são mais adequadas para cada perfil analisado. Essas duas terapias combinadas fazem parte de estudos científicos recentes e aprimorados, além de proporcionar bons resultados comprovados.